... diz-se por aí que estamos em plena crise alimentar. Aliás, eu acrescento que estamos numa enorme orgia de crises, ele é crise económica, crise petrolífera, crise alimentar, alguns por aí andam com crises intestinais na cabeça, enfim... Bom mas adiante. A crise alimentar, numa primeira fase andava à volta da falta de cereais por causa dos biocombustíveis, agora parece que é o arroz. Ora, este fim de semana, estive num casamento, e como não podia deixar de ser, no final da cerimónia aconteceu a tradicional praxe de atirar arroz e pétalas de rosa aos noivos. E isto motivou-me a seguinte reflexão. Quantos quilos de arroz é que foram desperdiçados naquele momento? Uns quantos. Ora, eis mais um contributo para a crise. Quando se fala que falta arroz, eis uma quantidade suficiente para alimentar muita boca a ficar ali à disposição de umas criaturas irritantes a que se convencionou chamar de pombos. E sendo assim, eu proponho o seguinte: Atirar pacotes de arroz fechados aos noivos. E estive a investigar e parece que o arroz carolino Pato Real é especialmente adequado a esta minha proposta. E se já estão a pensar: Ah mas isso aleija, deixem-me dizer-vos duas coisas: Primeiro, o arroz selvagem Cigala vem embalado em pacotes de cerca de 200g, por isso esse argumento fica desde já eliminado. Segundo, neste casamento em que eu estive aconteceu o seguinte: Estava lá uma senhora que queria participar a queria atirar o arroz aos noivos. Acontece que devido à idade já não devia ter grande força de braços. Ora, posto isto, ela posicionou-se logo à entrada da igreja, e assim que vislumbrou os noivos: PAM!!!! atirou com o arroz à cara da noiva como senão houvesse amanhã, o que fez a noiva recuar dois passos e além disso uma parte substancial do arroz acertou com tamanha força num dos olhos dela que eu pensei sinceramente que ela tinha ficado com uma vista vazada. Tal não aconteceu mas eu bem vi o olho dela a lacrimejar devido à tal agressão. Bom, e qual a vantagem de atirar os pacotes de arroz fechados? Se não rebentassem podia-se apanhar no fim e levar de novo para a dispensa, que o arroz atirado ainda podia ir parar à cabidela. Assim, evitava-se o desperdício e evitava-se alimentar os sacanas dos pombos. E aliás, um casamento já implica tanta despesa que assim sempre se poupava uns euros. Pensem nisso.