terça-feira, outubro 13, 2009

As Cavernas de Ajanta...



... A pouco mais de duas horas da antiga cidade de Aurangabad situam-se as famosas Cavernas de Ajanta, trinta e duas grutas que não são de todo naturais mas que foram talhadas nas colinas há milhares de anos por trabalhadores que apenas utilizaram picaretas e martelos. Esculpidas na rocha vulcânica de basalto, os artesãos foram meticulosamente escavando pouco a pouco a rocha, Talhando as colunas em lugares estratégicos e criando vários quartos dentro da rocha. As paredes e os tectos foram maravilhosamente decorados e com aplicações de gesso que criaram pinturas coloridas. A maioria das pinturas tem mais de 1500 anos. Dez séculos antes do nascimento de Miguel Ângelo, de Leonardo da Vinci e o renascimento europeu, esses artistas desconhecidos já sabiam como descrever a perspectiva, a profundidade e o realismo nas suas pinturas. As expressões e emoções capturadas nos rostos das pinturas são tão reais que hoje, depois de vários séculos, ainda podem ser admirados. A caverna mais antiga remonta ao século II antes de Cristo. Algumas delas são Viharas ou mosteiros, grandes câmaras com quartos pequenos que conduziam para fora da sala principal e onde viviam os monges.




Alguns destes quartos tem camas de pedra talhada, com uma almofada na qual o monge podia descansar a sua cabeça. O resto das cavernas são Chaityas ou templos, muito similares as catedrais cristãs, com tectos abobodados e com vigas de madeira que se cruzam em nervuras, com pilares de pedras decorados, e na nave central (onde uma igreja cristã teria seu altar) uma grande estátua de Buda. Há que se recordar que estes templos de pedra foram talhados muitos séculos antes das catedrais cristãs, o que pode levar a especular se não foram estas cavernas a inspiração para os grandes arquitetos da Idade Média, e não os templos clássicos gregos e romanos. É surpreendente pensar que os grandes mestres que criaram estas maravilhas só contavam com pequenas ferramentas de trabalho. Ainda assim deixaram-nos algo universal, mágico, e que hoje podemos contemplar. Os séculos parecem pequenas gotas de água nas Paredes destas cavernas.


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