quarta-feira, abril 15, 2009

De modos que...

... vou ser pai. E desde já vos digo. Não acreditem naquilo que vos dizem. Mas não acreditem mesmo. Porquê? Bom é simples. Quando decidi espalhar a noticia sobre a minha contribuição para combater o envelhecimento da população logo houve prudentes amigos que me avisaram: Aproveita agora, porque quando ele nascer estás feito! Ihh, tens 9 meses de liberdade depois acabou-se! Puseste-te a jeito, agora aguenta-te! A verdade é que quem disse isto não percebe nada de assuntos relativos à paternidade. E porquê? Bom, a verdade é que o meu filho (e aqui não retirem já conclusões do género: é um menino! Porque filho refere-se a ele, o bébé), a verdade é que o meu filho segundo as últimas medições tem apenas alguns centímetros e já manda na nossa vida. Na minha e na da minha adorada esposa. De que maneira perguntam vocês? Então não é só quando ele nascer, perguntam vocês de seguida? Eu explico. Na verdade, desde que soubemos da gravidez, não podemos (e este não podemos vai ser repetido vezes sem conta daqui para a frente) ir jantar sushi, nem almoçar, bem vistas as coisas. Não podemos comer um bom arroz de marisco no restaurante Tobias na praia do Carvalhal, ou noutro restaurante qualquer, bem vistas as coisas. Ou mesmo numa qualquer tasca, bem vistas as coisas. Não podemos comer essa iguaria bem portuguesa que é o Queijinho Fresco. Nem requeijão, bem vistas as coisas. Não podemos fazer viagens de avião, por enquanto. Nem grandes viagens de carro, bem vistas as coisas. Tenho de arcar com as tarefas domésticas lá em casa. E sem ser lá em casa também, bem vistas as coisas. Bom sem ser lá em casa não, era só para manter o ritmo de estupidez deste texto, bem vistas as coisas. Lá está. Não podemos deixar de pensar que temos de comprar um carro novo. E reformular a casa, bem vistas as coisas. Não podemos deixar de por dinheiro de lado para reformular o guarda-roupa da minha adorada esposa. E bem vistas as coisas, depois disto tudo digam lá se aquele ser humano que ainda está para vir a este mundo cruel não manda já em nós. Ai isso é que manda.

PS: Eu próprio fiz-me lembrar a mim mesmo dessa mítica banda que eram os Queijinhos Frescos. Curtam mais abaixo o som.

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