segunda-feira, junho 21, 2010

Zaire 1974...



... à primeira vista podemos pensar que os jogadores do Zaire não sabiam as regras, ou não faziam ideia de como defender bolas paradas. Mas a verdade é outra. Em 1974 o Zaire foi a primeira equipa da África "negra" a participar no mundial. A participação deles foi um desastre, com derrotas por 9-0 contra a Jugoslávia e 2-0 contra a Escócia. Neste livre, no terceiro jogo contra o Brasil, Ilunga Mwepu sai disparado da barreira da sua equipa mal o árbitro apitou, chutando a bola antes sequer de o brasileiro Rivelino ensaiar o livre directo.lunga viu o amarelo e corou de vergonha, mas só mais tarde revelaria o lado escuro daquilo que no estádio soou a anedota. A verdade é mais sinistra. Os jogadores souberam pouco antes que não iam receber o salário acordado. Eles ameaçaram (uma greve) e o presidente Mobutu Sese Seko cumpriu (enviou a sua guarda privada para garantir os mínimos). O acesso de jornalistas ao hotel foi vedado e os atletas receberam um recado: se perderem por mais de três golos frente ao Brasil, o mais provável é que não regressem a casa. O placard já mostrava 3-0 quando Rivelino se preparou para correr para a bola, interceptada por Ilunga Mwepu, coração a galope. "Entrei em pânico e chutei a bola para longe. Os jogadores do Brasil e o público acharam muita graça, mas não percebiam a pressão a que estávamos sujeitos", recordou Mwepu, que, ironicamente, nem devia ter disputado aquele jogo.

Isto faz pensar se não há qualquer coisa à espera dos jogadores da Coreia do Norte depois da derrota de hoje por 7-0. É sabido que
alguns dos jogadores que perderam com Portugal em 1966 foram enviados para campos para prisioneiros políticos. Será que isto ainda se passa? Há quem diga que sim. Ainda sobre 1966:

Assim que essa famosa equipa que encantou o Mundial de Inglaterra há 44 anos regressou à Coreia do Norte, desapareceu para sempre. Correram rumores horríveis sobre o destino dos heróis norte-coreanos porque, ao que parece, as autoridades norte-coreanas não ficaram tão satisfeitas com a participação quanto os adeptos. “As pessoas diziam que durante a estadia em Inglaterra, os jogadores tinham bebido e seduzido mulheres”, diz Shim Joo-il, um ex-militar norte-coreano exilado na Coreia do Sul, à BBC. “Há quem diga que alguns deles foram enviados para as minas de carvão como castigo e que foi por essa razão que a nossa equipa nunca mais chegou tão longe”.

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