Mais íntima que o sexo, só a morte. Quando as revistas cor-de-rosa descobriram esta pornografia, funerais e velórios passaram a disputar capas com as últimas tricas sobre a vida sentimental das vedetas dos morangos e as figuras públicas que padecem de doenças de prognóstico reservado tornaram-se peças de caça. Ontem, ouvi na SIC o António Feio lamentar as perseguições de que tem sido alvo desde que se sabe que luta contra um cancro. Magoado, recordou um telefonema que o perturbou especialmente, recebido há dias de um jornal: "Logo pela manhã acordaram-me em casa para me perguntar o seguinte: A morte do Patrick Swayze não o stressa?" Não sei o que mais me impressionou. Se a elegância da pergunta ou a subtileza do seu propósito: o de confrontar o António Feio com a sua própria morte. Se isto não é pornografia e da mais porca, não sei o que lhe chame.
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