sexta-feira, setembro 14, 2007

Ca raio de bicho!!!!! Fuselo...


...Um fuselo fêmea (Limosa lapponica) percorreu 11 mil e quinhentos quilómetros em oito dias sem vir a terra uma única vez. É a primeira e única prova de que uma ave costeira, que só se alimenta em terra, pode voar uma distância tão grande e sem escala. Mas o registo do recorde mundial da E7, como lhe chamaram os investigadores, foi uma mera coincidência.Não houve um treino especial. Calhou à E7 ser uma entre os quinze fuselos capturados em Fevereiro, na Nova Zelândia, e monitorizados via satélite por uma equipa do Centro de Ciência do Alasca, da USGS, agência geológica dos Estados Unidos, e da PRBO, uma organização para a protecção das aves. Os investigadores estão desde o início do ano a seguir e a documentar as rotas de espécies de aves costeiras, como fuselos e maçaricos, de forma a compreender melhor as estratégias de migração e uma possível propagação da gripe das aves. “Sobre esse assunto ainda não há conclusões”, explicou ao PÚBLICO Michael Gauldin, da USGS, "mas é a primeira vez que há registos de uma distância assim, que pode até ser usual mas até aqui não era conhecido", acrescentou. Uma verdadeira odisseia, dizem os investigadores acerca da viagem da E7. Para a ave não terão passado dos cerca de 29.000 quilómetros anuais em migração, em busca das terras para fazer o ninho no Alasca. A viagem foi registada ao pormenor. O fuselo levantou voo no dia 17 de Março, no norte da Nova Zelândia e voou sem parar até Yalu Jiang, China (10.080 quilómetros). Passadas cinco semanas de pausa seguiu pelo Mar do Japão e Pacífico norte, na direcção do Alasca, onde poisou no delta do rio Yukon-Kuskokwim, zona de nidificação da espécie (mais 7200 quilómetros). Mas só no regresso aconteceria o “voo épico”, explica o comunicado da USGS. No dia 29 de Agosto, a E7 deixou o Alasca de manhã e empreendeu uma viagem de oito dias sobre o oceano Pacífico até à Nova Zelândia, onde aterrou no dia 7 Setembro depois de 11.500 quilómetros, perto do local onde tinha sido capturada para participar no estudo. Os sinais do transmissor instalado na pata da "E7" espantaram os investigadores, mas a velocidade constante registada ao longo do voo prova que a ave não parou uma única vez. Se os 29 mil quilómetros forem a média anual da rota migratória para a espécie, os fuselos fazem cerca de 580 mil quilómetros ao longo dos seus 20 anos de vida.

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