A protecção mediática aos McCann pelo “governo e imprensa” resume-se ao “dinheiro e influências próprias de quem se movimenta numa classe alta”, diz Caroline, 42 anos, saturada de “tanta hipocrisia”. Dois blocos de apartamentos em direcção a Leicester marcam o mundo real à saída de Rothley, zona desfavorecida e onde os vizinhos se recusam “a cair no ridículo”, segundo Jenna Smith. “Nunca os meus dois filhos ficaram sozinhos em casa – se o fizesse já mos tinham tirado”, lamenta a jovem de 20 anos à entrada para mais um turno na caixa do supermercado. Caroline não acredita nem deixa de acreditar na morte “horrível” de Maddie, o que a choca são “os privilégios de uma gente acima de qualquer crítica”. Prioridade de um primeiro-ministro acabado de chegar, “uma imprensa cega, assessores de imagem e honras quase de Estado” em todo o lado. “Não comento suspeitas da polícia portuguesa mas respeito-as, é bem diferente”, diz Paul Arche. E Kate e Gerry “são pessoas comuns, tratem-nos como tal e deixem os portugueses trabalhar – que interesse teria a polícia?” “Nós podemos provar que os pais o fizeram” é a frase que faz capa no ‘Daily Express’ e cita fonte próxima da Judiciária – “só não vê quem não quer”, reforça Paul, com o jornal enrolado debaixo do braço. “Temos de perder alguma arrogância e aprender a olhar para dentro. São tão bons em destruir quem nada fez porque não apertam os tablóides e as televisões com eles? Porque insistem na vitimização e não passam às perguntas certas?”, pergunta o barbeiro de 46 anos. Mas “talvez não queiram, não haja interesse em virar a página e trabalhar a sério uma vez na vida...” Mas a investigação, reforça Caroline, pouco interessa para o caso. “Já que lhes deram tanta atenção, importante é perceber porque razão ninguém aqui fala, no mínimo, em negligência. Porque deixar três filhos daquele tamanho sozinhos em casa não é uma questão de cultura, é negligência grave e à atenção dos serviços sociais...” No fundo, “são médicos, ricos e conhecem gente”, nada falta aos McCann na Crescent Street, o elegante quarteirão onde se ergue a maior casa da vila. Está avaliada em mais de 750 mil euros, apurou o CM, com vários quartos, duas garagens e terreno relvado. Os vizinhos chegam em carros topo de gama e passam ao lado do aparato de jornais e televisões.
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