sexta-feira, setembro 05, 2008

Tangêr…

... aventurei-me numa ida a Tanger. Ora nesta minha primeira incursão por um país muçulmano, muita coisa inolvidável (que palavra espectacular) aconteceu. Desde logo Hassan, o guia que falava uma catrefada de línguas e tinha quatro mulheres. Chegou a afirmar:

Solo una mujer? Toda la vida? Pobrecito… Pero Hassan tiene tambien quatro sogras…

Bom, ora o polígamo Hassan levou-nos a passear com camelos, a tirar fotos com serpentes, a almoçar uma sopa com canela, e levou-nos por sítios que eu pensei sinceramente que dali não saía intacto. A cidade é gira, passámos pela famosa Porta de Kasbah, fomos ver tapetes e uma farmácia. Sim leram bem, tapetes e uma farmácia, que segundo o farmacêutico lá do sítio tinha uma erva da qual se fazia um chá que segundo ele fazia levantar a verga a um tal ponto que se a mulher tomasse também um chá feito lá com umas ervas seria qualquer coisa parecida com a terceira guerra mundial. Isto tudo ao preço de um Menu Big Mac e um Sundae de chocolate com cobertura de bolacha crocante. Yeah right… Adiante. Em Tanger, eu sugiro que se investigue esse verdadeiro fenómeno chamado vendedores, ou chatos com o caraças. Bom, eles nascem do chão que nem os cogumelos e tentam vender tudo, desde pulseiras, brincos, roupas, poufs, cacimbos de água, pastilhas elásticas, etc etc etc. Não me enganei, pastilhas elásticas. Ahh e passámos por mercados em que o cheiro da carne, por exemplo, parecia uma mistura de queijo bolorento com suor dos pés. Mas que se vendiam era verdade, por isso mais vale não pensar muito no almoço que incluía frango. Mas melhor que tudo, foi que quando foi para vir embora, o Hassan disse qualquer coisa como: Tá aqui a lista de visitantes e agora na alfândega desenrasquem-se!!!! O que vale é que perante a lista os polícias limitaram-se a dizer: Passa passa passa… Maquina bem oleada não haja dúvida…

Em relação a Tanger mais uma nota: Diz o Gonçalo Cadilhe de Tanger que é uma ausência de pontos de referência. Discordo: O que não faltam são pontos de referência como os 15 km de ruas estreitas, os 30000 (numero figurado) de chatos como a potassa, que não existem nas zonas ricas como junto ao palácio do rei, ou a zona espanhola. Diz ainda Gonçalo Cadilhe que Tanger já não é Marrocos, nem sequer África, ainda não Europa. É senhor Cadilhe, é. O Dom Sebastião não a conquistou, mas mesmo que a tivesse conquistado é em Marrocos e em África. Estas contradições podem ser encontradas no livro A Lua Pode Esperar. Troca por troca: Critico o livro, mas faço publicidade. Mas pelo menos ensinou-me uma coisa: Matisse passou por lá e pintou a Porta de Kasbah:

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