quinta-feira, junho 12, 2008

4. A segurança

... o 11 de Setembro transformou Nova Iorque numa cidade extremamente preocupada com a segurança. Eu próprio vivi uma experiência daquelas que nem A Vida é Bela consegue proporcionar. Na primeira vez que tentei apanhar o metro em NYC estava, por assim dizer, completamente desorientado. Aquilo são linhas e mais linhas, linhas às cores, com letras, com diferentes percursos, uma por cima das outras, enfim, uma grande orgia férrea. Ora, e como perguntar não ofende, perguntei a um distinto cidadão que esperava pelo metro qual a linha que me levaria até ao American Museum of Natural History. Ora acontece que o tal cidadão era nada mais nada menos que um Police Detective of the Central Park Precinct. E como é que eu sei isto? Bom porque o tal detective se ofereceu para nos conduzir até metade do caminho. E como se tal não bastasse ainda entrámos que nem criminosos na esquadra onde um outro detective trabalhava arduamente (leia-se via televisão com os pés em cima da mesa), o outro detective dizia eu, imediatamente questionou o colega sobre a natureza do crime por mim praticado. É verdade. Esclarecido sobre o facto de ser turista, e precisar apenas de informações, voltou ao trabalho (leia-se a ver televisão com os pés em cima da mesa). Saímos dali com montes de mapas e um cartão dele para o caso de termos problemas. Mas voltando ao tema segurança, é incrível a quantidade de vezes que somos revistados, que passamos por detectores de metais, que nos dizem para tirar o cinto, ou as moedas do bolso, ou mesmo os sapatos. Sim, os sapatos. Aí é que a coisa se complicou. Eu em NYC andei sempre de ténis, porque já sabia que ia andar quilómetros. Bom acontece que uma vez me disseram que tinha de tirar os sapatos. Ora e eu confesso que temi pela minha integridade física. Quem me conhece sabe que eu sou assim um pouco café com leite. Ou seja, com uma cor ligeiramente duvidosa. Ora os meus pés ao fim de alguns minutos dentro dos ténis começam a exalar a famosa transpiração vulgarmente conhecida como... vocês sabem. E é só juntar as peças: um gajo com a minha cor, possuindo duas verdadeiras armas químicas, eu tive medo que me aprisionassem e me levassem para Guantanamo. Ainda por cima ao passar no raio-x os ténis caíram do tabuleiro e ficaram a perfumar a máquina do raio-x. Agora é que vos tramei gringos. Já na Estátua da Liberdade, o detector de metais projectava jactos de ar para o cabelo e para a roupa, o que fez com que invuluntáriamente eu ficasse a saber que uma turista que estava à minha frente usava tanginha azul. É que a saia dela era curtinha, larga e levantou qualquer Marylin Monroe dos tempos modernos. Que chatice. Adiante. Mas NYC é uma cidade segura, pelo menos em Manhattan. E em Brooklyn também.

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